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Painéis discutem ensino e pesquisa do setor de semicondutores e panorama empresarial da área

Dois painéis que abordaram o setor de semicondutores foram os destaques da sexta-feira

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Painel de Semicondutores
Palestras foram destaques da sexta-feira no RS Innovation Stage - Foto: Lauro Alves/Secom
Por Jéssica Moraes e João Felipe Brum/Ascom Sict

Dois painéis com foco em semicondutores aconteceram na manhã desta sexta-feira (22/3) no RS Innovation Stage, palco do governo gaúcho no South Summit Brazil, evento correalizado pelo Estado. O primeiro focou no panorama do ensino e pesquisa na área e o segundo abordou o setor empresarial, apresentando algumas empresas do setor.  

O professor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), João Baptista dos Santos Martins, falou sobre a metodologia de projetos de circuitos e de sistemas integrados em chip. A proposta, desenvolvida na universidade, visa elaborar metodologias e ferramentas computacionais para o projeto de arquiteturas para integração em único chip. Inclui desde a especificação da arquitetura até o projeto lógico e físico de circuitos integrados e suas respectivas etapas de verificação. Martins destacou a necessidade de formar recursos humanos para atuar nesse contexto. “Faltam profissionais treinados no setor de semicondutores. Precisamos capacitar recursos humanos na área de design, por exemplo.”  

O professor salientou, ainda, que a UFSM foi uma das três instituições aprovadas no Edital 02-2023 – PNM-Design, conduzido pela Softex. O edital contempla mais de R$ 8 milhões em recursos e tem como objetivo selecionar instituições públicas ou privadas, credenciadas ao Comitê da Área de Tecnologia da Informação (Cati), para atuar como Executora de Capacitação do Programa de Residência em Microeletrônica – CI Brasil Inovação. A iniciativa será realizada em rede com a participação de quatro instituições federais (do Paraná, de Brasília, do Ceará e de Campina Grande) e promoverá a formação de profissionais preparados para atender à demanda do mercado nacional de semicondutores e microeletrônica.  

O professor e pesquisador da Universidade do Vale do Rio do Sinos (Unisinos), Sandro Binsfeld Ferreira, destacou a forte ênfase em microeletrônica que a instituição proporciona desde a graduação. “A Unisinos possui o Instituto Tecnológico Chip (itt Chip) que é um centro para suporte ao desenvolvimento de produtos, pesquisa e inovação em encapsulamento e teste de semicondutores, sensores, materiais e produtos eletrônicos. Além disso, também trabalhamos com o Instituto Tecnológico em Ensaios e Segurança Funcional”. O itt Fuse, citado pelo pesquisador, conta com recursos físicos e infraestrutura tecnológica para realizar análise de falhas em equipamentos eletrônicos e eletromecânicos, por meio de ensaios de vida acelerada, ensaios físicos ou elétricos. 

O professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Fernando Gehm Moraes, também apontou a falta de mão de obra no mercado. “Faltam engenheiros projetistas. Estamos formando para o mercado, o que é necessário no cenário atual de importância da microeletrônica. Temos empresas brasileiras com vagas abertas e que não conseguem preencher. São as universidades que vão formar essa mão de obra qualificada.”  

Mediador do painel, o diretor de Conhecimento para Inovação da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict), Diego Moraes, reforçou a complexidade do setor e a necessidade de políticas públicas para mão de obra especializada.  

O governo do Estado, por meio da Sict, desenvolve o programa Semicondutores RS. A iniciativa é uma estratégia para tornar o Rio Grande do Sul uma referência nacional no setor, com expectativa de projeção no mercado internacional. Lançado em setembro de 2023, o programa deve contar com um investimento de cerca de R$ 70 milhões até 2026.  

A primeira medida foi o lançamento do edital Inova Semicondutores, em setembro, com aporte de R$ 3 milhões. Foram selecionadas três propostas para capacitação de projetistas de circuitos integrados, mão de obra necessária nesse segmento. Em seguida, foi anunciado o edital Techfuturo Semicondutores, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs), vinculada à Sict, prevendo R$ 6 milhões para projetos de formação de redes de alto nível de competitividade científica e tecnológica, integrando pesquisadores de universidades a empresas estabelecidas e startups. 

Ao fim da manhã, outro painel sobre semicondutores foi abordado. Dessa vez, com foco no panorama empresarial gaúcho. Moraes, que também estava presente nessa exposição, falou como as fábricas demandam recursos e movimentam muito dinheiro por ano. Ele abordou a indústria de software e a de projetos como pontos centrais para o setor.

O especialista em automação de projeto eletrônico (electronic design automation – EDA, em inglês), Bernando Culau, enfatizou os programas de computador para o desenvolvimento de dispositivos e sistemas de semicondutores. Conforme o especialista, o EDA se divide em: design, simulação e verificação.  

Também presente no painel, o diretor da EnSilica, Julio Leão, contou a trajetória da empresa, que está no mercado há 23 anos e é líder em projeto de Circuitos Integrados. O diretor de Tecnologia Avançada e Relações Institucionais da HT Micron Semicondutores SA, Willyan Hasenkamp, também apresentou o papel da empresa no mercado de semicondutores. “Nossa missão é fornecer soluções em semicondutores de alto valor agregado com tecnologia avançada global e qualidade excelente.” 

Edição: Camila Cargnelutti/Secom

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