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Sistemas produtivos resilientes e tecnologias para escoamento de produção são temas de painéis na Expointer

Realizados no RS Innovation Agro + Smart Cities, debates abordaram estratégias inovadoras para agropecuária

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Tecnologia digital para escoamento de insumos e produtos foi debatida em painel
Tecnologia digital para escoamento de insumos e produtos foi debatida em painel na Expointer - Foto: Jéssica Moraes/Ascom Sict
Por Bernardo Zamperetti/Ascom Sict

O espaço RS Innovation Agro + Smart Cities, na Expointer 2024, foi palco de discussões sobre temas ligados à reconstrução do Rio Grande do Sul nesta terça-feira (27). Os debates do projeto Diálogos pelo Agro se concentraram em dois painéis, que abordaram o uso de tecnologias digitais no escoamento de insumos e produtos e no desenvolvimento de sistemas produtivos resilientes.  

As atividades são coordenadas pela Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict), em parceria com a Secretaria de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), a Rede Gaúcha de Ambientes de Inovação (Reginp), a Rede de Inovação do Agronegócio do RS (Riagro) e Universidade Feevale.   

Tecnologia digital para escoamento de insumos e produtos 

O primeiro painel discutiu como as ferramentas digitais estão transformando a logística no agronegócio. Especialistas abordaram a implementação de plataformas que permitem a rastreabilidade dos produtos, desde o campo até a distribuição final. Essas tecnologias têm o potencial de otimizar a gestão de estoques, reduzir o tempo de transporte e minimizar perdas, promovendo uma cadeia de suprimentos mais eficiente. 

De acordo com a diretora científica do Instituto Brasileiro de Bioeconomia (Inbbio), Gabriela Alegretti, a reconstrução do estado evidencia a necessidade de soluções para potencializar a competitividade, e isso passa pelo escoamento dos insumos e produtos para tornar o agro cada vez mais forte. 

A digitalização tem um papel fundamental de sustentabilidade para a reconstrução e retomada do estado e do agro, responsável por 40% do PIB gaúcho. É necessária essa integração entre diferentes elos do processo produtivo, utilizando soluções digitais para conectar produtores, distribuidores e consumidores, além de informações em tempo real, o que melhora a tomada de decisões e aumenta a transparência em todo o processo”, afirmou o agrônomo Donário de Almeida, integrante do Conselho Estadual de Inovação, Ciência e Tecnologia e da Comissão de Inovação da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul). 

Conforme o CEO da Bioagreen, empresa incubada no Parque Tecnológico da Universidade Federal de Santa Maria, Luis Curioletti, o maior volume de negócios das grandes culturas, como soja, arroz e milho, pode ser afetado pelas incertezas de fatores externos da geopolítica mundial. Por isso, apresentar tecnologias robustas é fundamental para o desenvolvimento desse segmento. O produtor dá muito valor para o olho no olho, para a assistência técnica, mas também para grandes marcas que tragam segurança na hora da escolha, e a estratégia digital permite essa aproximação do agricultor com os demais integrantes da rede agropecuária”, destacou. 

Durante as apresentações das soluções pelas startups, representando a Celeiro Hub - Nutrindo Soluções, Luciana Malinsky, salientou o aperfeiçoamento do trabalho da agroindústria familiar a partir da inteligência artificial e da plataforma Power BI como ferramentas de gestão. Guilherme Gehlen, da startup Hortti, falou sobre o uso de soluções tecnológicas e estratégias empresariais para promover a sustentabilidade na cadeia de suprimentos de hortifrutigranjeiros. 

Sistemas produtivos resilientes 

O segundo painel, que ocorreu à tarde, tratou da importância de desenvolver sistemas produtivos resilientes. As discussões se focaram em práticas que permitem ao agronegócio se adaptar a variabilidades climáticas e outros desafios. Os palestrantes apresentaram estratégias para fortalecer a capacidade de resposta dos sistemas produtivos, como a diversificação de culturas, o uso de novas tecnologias e a implementação de práticas sustentáveis. 

O professor do programa de pós-graduação em Administração da Atitus Educação, Dieisson Pivoto, que mediou o debate, constatou que a resiliência no campo depende não apenas das inovações tecnológicas, mas também de um ambiente regulatório favorável e do acesso a financiamento para investimentos em infraestrutura e capacitação dos produtores. 

Segundo o gerente de pesquisa da CCGL, Geomar Corassa, criar sistemas resilientes permite mitigar os efeitos de eventos meteorológicos da magnitude como o de maio deste ano. Tivemos impactos nas esferas química, física e biológica da terra que afetarão ainda as próximas safras. São fatores que trazem desafios para a agricultura, exigindo novas soluções, não só do produtor, mas de todos os integrantes do ecossistema rural”, observou. 

Painel no RS Innovation Agro discutiu sistemas produtivos resilientes
Painel no RS Innovation Agro discutiu sistemas produtivos resilientes - Foto: Jéssica Moraes/Ascom Sict

O diretor de Ações Integradas da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), Alexandre Scheiflerenalteceu a adoção de culturas de inverno para aumentar a produtividade, além de tornar o solo mais resistente. “A SDR tem trabalhado de forma intensa junto aos agricultores familiares, buscando essa aproximação entre empresas que detêm tecnologia, a academia com o conhecimento teórico e prático e o próprio produtor”, relatou. 

Na etapa das soluções, o gestor da startup Bioplix, Luan Rios Paz, falou sobre revestimentos comestíveis para ampliação da vida útil de frutas, legumes e verduras. Já o CEO da empresa Green Next, Lucas Cardoso, explicou o funcionamento do ecossistema Hydra, composto por um conjunto de equipamentos para medição autônoma dos níveis em canais de irrigação, barragens e comportas. 

Ao longo do dia, representantes do Banrisul e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) expuseram as ações das entidades para fomentar a inovação e o desenvolvimento de políticas agropecuárias.  

Os painéis do Diálogos pelo Agro seguem com uma programação voltada para a troca de conhecimentos entre governo, iniciativa privada, academia e sociedade civil organizada, buscando difundir soluções aplicáveis ao agronegócio. Na quarta-feira (28), o futuro da agricultura no Rio Grande do Sul e a rastreabilidade de alimentos gaúchos como ferramenta de procedência de origem e qualidade serão debatidos no evento. 

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