O Rio Grande do Sul foi destaque, nesta quarta-feira (13), na programação do Web Summit Lisboa, um dos maiores eventos de inovação e tecnologia da Europa. A secretária de Inovação, Ciência e Tecnologia, Simone Stülp, palestrou no Palco 7 sobre resiliência climática e o papel do governo do Estado em promover a retomada social e econômica após as enchentes de abril e maio. 

Com o título "Climate resilience in the eye of the storm" (Resiliência climática no centro da tempestade, em tradução livre), a apresentação explorou os efeitos severos das mudanças climáticas no Rio Grande do Sul, incluindo dados impactantes: 478 municípios atingidos, 575 mil pessoas desalojadas, 35 mil pessoas em abrigos e 183 mortes, além de 405 bloqueios em estradas e o aeroporto de Porto Alegre fechado. 

“Tivemos o equivalente a três meses de chuva em poucos dias. Foi algo que nunca havíamos visto”, apontou Simone. 

Com a devastação de diversas áreas em todo o estado, afetando moradia, infraestrutura e urbanização, ações começaram a ser desenvolvidas em diferentes esferas. Uma delas foi o catálogo de soluções criado pela Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict), que disponibilizou quase 400 tecnologias para os desafios enfrentados no Rio Grande do Sul. 

A secretária destacou também o Plano Rio Grande, programa de reconstrução, adaptação e resiliência climática proposto pelo governo do Estado para atenuar os impactos causados pelas enchentes.  

“Liderado pelo governador Eduardo Leite, o Plano Rio Grande contém uma série de ações de curto, médio e longo prazo para recuperar o estado e beneficiar a sociedade gaúcha”, contou Simone. 

Uma das estruturas do Plano Rio Grande é o Comitê Científico de Adaptação e Resiliência Climática, coordenado pela secretária. O grupo é composto por 43 especialistas e possui papel consultivo e propositivo. 

“O Comitê Científico vem se debruçando sobre questões relacionadas ao clima, hidrologia, meio ambiente, entre outras”, enfatizou. 

Para finalizar, Simone mencionou desafios importantes para a reconstrução, como restrições financeiras, regras fiscais, burocracia e carência de equipe técnica.