Expedição Internacional Antártica, liderada por membro do Comitê Científico, retorna ao Brasil após 70 dias
Professor Jefferson Simões coordenou equipe de 57 pesquisadores de sete países
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
Após 70 dias de pesquisas científicas na Antártica, a missão coordenada pelo professor Jefferson Cardia Simões, integrante do Comitê Científico de Adaptação e Resiliência Climática, retornou ao Brasil na manhã de 31 de janeiro, quando o navio atracou no Porto de Rio Grande. Foi o encerramento da Expedição Internacional de Circum-navegação Costeira Antártica, marcada por achados e coleta de evidências que deverão contribuir para o entendimento das mudanças climáticas que vêm afetando o Estado e subsidiar decisões para o trabalho de recuperação após as enchentes de 2024.
“Agora, o professor Simões poderá compartilhar com os membros do Comitê Científico quais foram os achados mais significativos para o Rio Grande do Sul, tornando as discussões e os pareceres ainda mais baseados no que há de mais recente em termos de estudos climáticos”, aponta a secretária de Inovação, Ciência e Tecnologia, Simone Stülp.
O grupo contou com 57 pesquisadores de sete países – Argentina, Brasil, Chile, China, Índia, Peru e Rússia –, incluindo 27 brasileiros vinculados ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia da Criosfera (INCT) e a projetos do Programa Antártico Brasileiro (Proantar/CNPq). A iniciativa foi liderada por Simões, que é pesquisador do Centro Polar e Climático (CPC) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
“Este trabalho nos ajudará a entender melhor a intensificação da circulação atmosférica e de eventos extremos na última década nas regiões subtropicais no Hemisfério Sul, como é o caso do Rio Grande do Sul, com a aceleração das mudanças climáticas”, explica o professor.
Durante a expedição, foram percorridos 29.316 quilômetros da costa antártica, com coleta de amostras e realização de estudos que ajudarão a compreender os impactos das mudanças climáticas no planeta. Os materiais coletados serão analisados por laboratórios ao redor do mundo, contribuindo para uma visão mais ampla das transformações ambientais na região.
Conforme o pesquisador Francisco Eliseu Aquino, que também participou da expedição, “o principal achado está na observação ímpar das condições meteorológicas entre trópico e polo no ano mais quente dos registros modernos. Ciclones, sistemas frontais e tempestades vigorosas, impulsionados pelas regiões tropicais continentais e oceânicas quentes, representam a potencialização de desastres no Rio Grande do Sul”.
O navio quebra-gelo Akademik Tryoshnikov, do Instituto de Pesquisa Ártica e Antártica (Rússia), foi usado na expedição, que foi financiada pela fundação suíça Albédo Pour la Cryosphère. A iniciativa contou também com o apoio do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) da Criosfera, projeto pioneiro cofinanciado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs), vinculada à Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict).
*Com informações do CPC/UFRGS.