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Pesquisador gaúcho que integra Comitê Científico vai liderar expedição pioneira na Antártica

Professor Jefferson Simões, da UFRGS, estará à frente de grupo de 61 cientistas de sete países

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Por Ascom Sict

A maior circum-navegação científica na Antártica, que se iniciará no final de novembro, será liderada por um dos membros do Comitê Científico de Adaptação e Resiliência Climática do Plano Rio Grande. O pesquisador Jefferson Cardia Simões, do Centro Polar e Climático da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), coordenará uma expedição internacional que percorrerá mais de 20 mil quilômetros da costa do continente antártico para coletar dados que ajudem a compreender as modificações climáticas em curso. 

O pioneirismo desta nova expedição, conforme Simões, está em ser realizada o mais perto possível da costa da Antártica, o que proporcionará informações inéditas sobre as frentes das geleiras. 

“Ter um professor gaúcho e que é membro do comitê liderando essa expedição reforça nosso trabalho e compromisso com a ciência. Os dados extraídos desta viagem serão de grande valia para entendermos o processo de mudanças climáticas no Sul global, ajudando no desenvolvimento de ações e políticas públicas para o nosso Estado no que se refere ao clima”, destaca a secretária de Inovação, Ciência e Tecnologia e coordenadora do Comitê Científico, Simone Stülp. 

O estudo poderá fornecer importantes subsídios para o trabalho do Comitê Científico, órgão consultivo e propositivo do Plano Rio Grande composto por especialistas em temas relacionados ao clima. 

É no oceano Antártico que são formadas as frentes frias que atingem o Rio Grande do Sul. Para melhorar as previsões climáticas e os cenários de mudanças do clima para o estado, temos que entender melhor como a gênese dessas frentes se dá, sua frequência de formação e avanço sobre a América do Sul e como serão modificadas pelo aquecimento da atmosfera”, explica Simões. 

“Os eventos de abril e maio ocorreram porque uma das frentes frias antárticas ficou bloqueada sobre o território gaúcho, devido a um aquecimento anômalo do centro do Brasil. Normalmente, essas frentes frias antárticas vão, no inverno, até o Acre e o sul da Amazônia”, complementa o pesquisador. 

Expedição percorrerá mais de 20 mil quilômetros da costa do continente antártico
Expedição percorrerá mais de 20 mil quilômetros da costa do continente antártico

Considerada uma das mais ambiciosas missões à Antártica, a Expedição Internacional de Circum-navegação Costeira Antártica partirá do Porto de Rio Grande, em 22 de novembro, e se estenderá por 60 dias, até o final de janeiro. Participarão 61 cientistas de sete países — Argentina, Brasil, Chile, China, Índia, Peru e Rússia —, incluindo 27 brasileiros. 

O objetivo é coletar amostras ao longo da costa para estudos biológicos, químicos e físicos, com foco em dados atmosféricos, geofísicos, glaciológicos e oceanográficos do manto de gelo antártico e seu entorno. Haverá, também, um levantamento aéreo inédito das massas de gelo para monitorar o comportamento das geleiras diante das mudanças climáticas. 

A tecnologia do satélite Starlink permitirá a troca de informações via texto, áudio e vídeo, com acesso ilimitado à internet durante todo o percurso antártico, o que facilitará a comunicação e a transmissão de dados em tempo real. 

O navio quebra-gelo Akademik Tryoshnikov, do Instituto de Pesquisa Ártica e Antártica (Rússia), será usado na expedição, que é financiada pela fundação suíça Albédo Pour la Cryosphère. A iniciativa conta também com apoio do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) da Criosfera, projeto pioneiro cofinanciado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs), vinculada à Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict).  

*Com informações do CPC/UFRGS. 

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