Gaúcha premiada pela Sict recebe bolsa de Fundação para estudar fora do país
Victórya Leal ganhou três vezes o prêmio Jovem Talento Científico Gaúcho e agora se prepara para estudar nos EUA
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A estudante Victórya Leal é um dos destaques do programa Estudar Fora, da Fundação Estudar. A jovem de 20 anos, natural de Osório (RS), destaca-se em projetos científicos desde os 15. Na segunda-feira (29), ela participou do encontro anual da Fundação, em São Paulo, ao lado da secretária de Inovação, Ciência e Tecnologia, Simone Stülp.
A presença dela no encontro deve-se também à aprovação com bolsa integral na Johns Hopkins University, um dos melhores centros de pesquisa dos Estados Unidos. Victórya está entre os 26 selecionados de um total de 45 mil candidatos.
Durante o encontro, Simone participou do painel Brasil em Ação: Oportunidades e Desafios Climáticos e reuniu-se com a jovem. Destaque da Fundação, Victórya também tem um legado na ciência gaúcha. A estudante ganhou três vezes o prêmio Jovem Talento Científico Gaúcho, nas edições de 2021, 2022 e 2023.
O prêmio reconhece alunos de escolas públicas do RS que se destacaram em competições do conhecimento e olimpíadas científicas nacionais e internacionais. A premiação é oferecida pelo Educar para Inovar, programa da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict), em parceria com a Secretaria de Educação (Seduc). O programa da Sict conta com o selo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
“Esse prêmio nos orgulha muito, pois é um reconhecimento aos nossos jovens talentos e uma motivação para que eles continuem na área da ciência. Encontrar a Victórya aqui e ver que ela seguiu com os seus estudos e está se destacando, agora com uma bolsa internacional, nos motiva a seguir trabalhando cada vez mais pelo futuro do nosso estado”, comemora Simone.
Na trajetória de Victórya também consta a criação de um aplicativo para 65 brechós, durante a pandemia. Autodidata em programação, ela desenvolveu um modelo matemático inédito e criou um jogo que envolveu mil pessoas. Seu currículo a levou a ser a única estudante convocada para discutir o Marco Legal da Educação do Rio Grande do Sul.
No Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), campus Osório, a estudante fez ensino médio integrado ao técnico em administração. Agora, na Johns Hopkins University, estudará Economia e Estudos Ambientais com especialização em liderança. O período nos Estados Unidos será de quatro anos, e ela embarca na próxima semana.
“Espero que seja um período de grande aprendizagem e oportunidades. Estou indo para lá com objetivo de adquirir o conhecimento com os melhores professores do mundo para poder aplicar essa transferência aqui no nosso país”, comenta Victórya.
Sobre a ciência no Brasil, a estudante acredita que ainda existe muito a ser feito, mas afirma que pretende priorizar o país. “Existe muito ainda a ser investido. Hoje, infelizmente, vivenciamos uma grande fuga de cérebros. No meu caso, mesmo estando longe, tenho como objetivo continuar tendo o Brasil como foco das minhas pesquisas em economia circular”, salienta.
Comitê Científico de Adaptação e Resiliência Climática é destaque em painel
Durante o painel Brasil em Ação: Oportunidades e Desafios Climáticos, realizado no evento anual da Fundação Estudar, a secretária Simone, que também é coordenadora do Comitê, destacou as iniciativas do Estado para lidar com a emergência climática.
“Em maio aconteceu a enchente no Rio Grande do Sul, e com isso intensificamos o trabalho com políticas públicas voltadas à adaptação e resiliência climática. Dentro desse contexto surge o Plano Rio Grande, e nesse recorte é criado o Comitê Científico, que conta com inúmeros estudiosos da área. É um exemplo de trabalho que estamos realizando, olhando para o futuro, que é o papel da ciência e da inovação”, comenta Simone. O Plano Rio Grande atua em três eixos de enfrentamento aos efeitos das enchentes: ações emergenciais, ações de reconstrução e Rio Grande do Sul do futuro.
A titular da Sict ainda destacou a importância de tomar decisões estratégicas de médio e longo prazos: “Temos que usar esse momento que atravessamos para conectar as soluções existentes com os problemas reais. Nós tivemos um grande volume de startups, por exemplo, oferecendo soluções para o Rio Grande do Sul. Precisamos enxergar que sim, a tragédia aconteceu no estado, mas é um problema de todo o país”.