Estado chancela inovação na olivicultura gaúcha por meio de selo
Iniciativa da Sict que reconhece azeites de oliva extravirgens tem inscrições até 9 de maio
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A olivicultura no Rio Grande do Sul é fruto da inovação: até 20 anos atrás, dizia-se que o estado não teria sucesso na produção de azeite de oliva, em função do clima considerado impróprio e da falta de capacidade técnica. Mas os produtores que apostaram nessa cultura, mesmo com o prognóstico negativo, colhem hoje o investimento que fizeram em pesquisa, formação e maquinário. Hoje, o estado é o maior produtor de azeite de oliva do Brasil, respondendo por 75% da produção nacional, conforme dados do Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva).
Quem faz esse relato é o produtor André Sittoni Goelzer, da Estância das Oliveiras, em Viamão, e também o engenheiro agrônomo Fabricio Carlotto, do Recanto Maestro, em Restinga Sêca. Ambos os empreendimentos participaram da edição 2022 do Selo Produto Premium Origem e Qualidade RS, iniciativa da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict) e do Ibraoliva que reconhece o azeite de oliva extravirgem produzido no estado.
“A partir do momento em que novas variedades foram testadas, o maquinário foi estruturado, e engenheiros agrônomos se especializaram na técnica, começamos a melhorar muito a qualidade e a produtividade aqui no estado”, conta Goelzer. Como se trata de uma cultura jovem, desenvolvida principalmente nas duas últimas décadas no RS, após algumas tentativas ao longo do século 20, os produtores aprendem mais a cada ciclo e, como aponta Goelzer, já alcançam um patamar de excelência.
Carlotto reforça essa ideia: "Em poucos anos, o Brasil passou a ser reconhecido internacionalmente. Ainda não pelo volume, que vem crescendo a cada ano, mas pela qualidade. Vários azeites brasileiros, incluindo alguns gaúchos, vem recebendo premiações. Por todos esses resultados que vem obtendo, o azeite pode ser considerado uma inovação”. Ele ainda enfatiza outros aspectos inovadores relacionados à olivicultura, que ainda estão em fase inicial, como o reaproveitamento dos resíduos da extração (para ração animal, consumo humano ou até indústria de cosméticos) e o olivoturismo (nos olivais do estado).
Para Goelzer, a inovação do setor olivícola gaúcho está num conjunto de fatores: “Vejo a inovação na parte agronômica, no trabalho do campo, nas pessoas que investiram nessa cultura. Na parte agroindustrial, trabalhamos com variedades diferentes, investimos em novas máquinas. Na parte técnica, temos mestres de lagares competentes para fazer produtos de categoria internacional”. Segundo Carlotto, toda essa dedicação gerou um produto premium, com qualidade superior a outros encontrados no mercado, incluindo marcas internacionais.
Com a chegada do selo premium da Sict e do Ibraoliva para o azeite de oliva extravirgem, o produtor do RS passou a contar com um diferencial. “O selo premium brinda a olivicultura gaúcha, que quer entregar uma experiência memorável para o seu cliente”, define Goelzer. Carlotto completa: “Quando o produtor obtém o selo premium, ele agrega valor ao azeite e mostra ao mercado consumidor que se trata de um produto de qualidade”.
Inscrições prorrogadas até 9 de maio
As inscrições para a edição 2023 do Selo Produto Premium Origem e Qualidade RS foram prorrogadas até 9 de maio e devem ser feitas por formulário online. O regulamento está disponível no site da secretaria.
Para a titular da Sict, Simone Stülp, a iniciativa marca uma nova fase da olivicultura gaúcha, mais consolidada e reconhecida. “Essa chancela do Estado traz credibilidade para o processo, que é capitaneado pelo programa Produtos Premium, da Sict. Temos também o selo da carne premium gaúcha e, em breve, vamos selar a ovinocultura e a cachaça”, destaca a secretária.