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Empreender na favela é tema de painel na arena do governo no Gramado Summit

Mulheres pretas empreendedoras contaram suas histórias de sucesso

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Palestra Inovação social: incluir e conectar
Palestra Inovação social: incluir e conectar - Foto: Anita Trombin - Ascom Sict.
Por Jéssica Moraes/Ascom Sict

“Inovação social: incluir e conectar” foi o tema de um dos painéis que movimentou a tarde desta quarta-feira (10) na arena de conteúdos do governo gaúcho no Gramado Summit. Néllys Corrêa, fundadora da Digitais Pretas, contou como começou a empreender na favela e expôs a necessidade de capacitar mais mulheres no processo de criação dos seus negócios. 

“Quando falamos de negócios, obviamente a minha imagem de mulher preta não serve de referência. Eu criei a Digitais Pretas para impulsionar os negócios de outras mulheres pretas. Existe uma sociedade inteira que não consegue colocar a minha imagem como sendo a de uma empresária, e nós precisamos inspirar e fortalecer as mulheres empreendedoras para que elas entendam que seus trabalhos não são apenas um bico. Para isso, precisamos capacitá-las. Queremos ser tratadas de igual para igual, trabalhar junto e crescer”, contou.  

Gabi Valente, criadora da Gabi Valente Soluções, que é uma escola para capacitar diaristas, contou como abandonou um trabalho de carteira assinada para ser diarista e ajudar outras mulheres a se valorizar na profissão. Para ela, ser empregada doméstica nunca foi motivo de vergonha, pois viu sua mãe desempenhar o papel durante a vida toda.  

“Eu sou diarista e empreendedora social e sei que muitas pessoas enxergam a profissão de diarista como algo menor. Mas minha mãe foi empregada por 50 anos, na mesma família, e eu sempre admirei muito isso. Esse foi meu olhar para a profissão, porém sem jamais ficar alheia à realidade das diaristas no nosso país”, relatou.  

Com essa motivação, Gabi começou seu negócio no bairro Restinga, extremo sul de Porto Alegre. “Eu queria poder transformar esse trabalho que é importante para muita gente. Afinal, se é um trabalho que perdura, que seja da forma certa, com a visão certa e o olhar empreendedor que eu trago na Escola da Diarista. Meu negócio nasceu assim, para mostrar para mulher o poder que ela tem, para que possamos falar de educação financeira, aprender a usar rede social e vender um novo perfil de trabalho”, explicou.  

Na sequência do painel, Luciano Balen, coordenador da Fundação Marcopolo, apresentou os projetos sociais da fundação, enfatizando aqueles voltados aos jovens. “Estamos estruturando a fundação para ser uma fonte de inspiração para outras empresas. Temos a Escola Marcopolo de criatividade, por exemplo, que esse ano vai receber 420 estudantes que vão ficar com a gente durante todo o ano em atividades continuadas com aulas de cinema, artesanato, dança e demais aspectos que mantém a criatividade viva na juventude”, detalhou.  

A mediadora do painel, Cleni Oliveira, do Departamento de Gestão da Inovação da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict), endossou o papel do governo na elaboração de políticas públicas que fomentem o empreendedorismo na favela. “É nosso papel enquanto estado levar as ferramentas que temos no ecossistema para as favelas. Estamos trabalhando para conectar esses locais e fazer uma inclusão real com essa população. Não iremos evoluir sem consciência social”, finalizou. 

 

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