Os resultados das conferências estaduais de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) foram tema de painel realizado nesta quinta-feira (25), durante a Conferência Regional Sul de CT&I, em Curitiba (PR). Representando a Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (Sict), os diretores Diego Moraes e Paola Schaeffer apresentaram as contribuições oferecidas por especialistas de acordo com o cenário gaúcho. 

“Tivemos uma conferência muito intensa e complexa, conseguimos reunir a quadrupla hélice para grandes debates. Estamos muito felizes de trazer esses resultados para o encontro regional e, depois, continuar esse debate na conferência nacional”, comentou Paola.  

A Conferência de CT&I do RS, que ocorreu em 7 de março, em Porto Alegre, reuniu 155 participantes de diferentes instituições da quádrupla hélice (governo, iniciativa privada, academia e sociedade civil organizada), com 68 instituições sendo representadas. As pessoas se dividiram quatro grupos para discussão de propostas e priorização de recomendações. 

A diretora Paola apresentou os resultados do primeiro grupo, que se dedicou ao tema “Recuperação, expansão e consolidação do Sistema Nacional de CT&I”. As recomendações incluíram instituir carreiras específicas para gestão de laboratórios, desenvolver políticas de compartilhamento de recursos, melhorar a administração financeira de projetos de pesquisa e elaborar um planejamento estratégico alinhado com políticas orientadas por missões de longo prazo.  

O segundo grupo debateu o tópico “Reindustrialização em novas bases e apoio à inovação nas empresas”, como mostrou o diretor Moraes. Entre as recomendações, estavam estabelecer parcerias estratégicas e colaborativas entre empresas e instituições acadêmicas, incentivando a cocriação, reconhecer a expertise e o papel dos mestres e doutores na pesquisa e desenvolvimento, incentivar a transferência de conhecimento e tecnologia através de redes de cooperação e adotar uma abordagem abrangente e inclusiva, envolvendo todos os atores relevantes. 

“Trabalhamos em cima de estratégias, principalmente sobre fortalecer o ecossistema local. As pessoas vivem nos municípios, é esse nível que elas se conectam e precisamos engajar e valorizar isso”, destacou Moraes.   

Já no terceiro grupo, o assunto foi “Ciência, tecnologia e inovação para programas e projetos estratégicos nacionais”. As recomendações foram fortalecer e ampliar a cultura científica e tecnológica e fomentar a interação universidade-empresa, legitimar a CT&I frente à sociedade, implementar, de forma efetiva, o Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação e regularizar e incentivar a compra pública de novas tecnologias geradas no ambiente acadêmico, entre outras. 

A discussão do quarto e último grupo foi sobre o tema “Ciência, tecnologia e inovação para o desenvolvimento social”. Os especialistas recomendaram priorizar recursos financeiros para a disseminação do conhecimento científico em diferentes segmentos da sociedade, priorizar projetos de pesquisa que indicam claramente sua aplicabilidade e potencial impacto e garantir que pesquisadores de alto nível continuem exercendo seu papel, mas aprimorando a comunicação e a disseminação do conhecimento científico para alcançar a sociedade de maneira eficaz. 

Também participaram do painel a assessora da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, Erika Juliana Dmitruk, e a gerente de Formação para Profissionais do Futuro e Negócios Inovadores da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação de Santa Catarina, Cristiane Iata.  

A conferência  

Com o tema Justiça, Sustentabilidade e Desenvolvimento, a programação é preparatória para a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI 2024), que será realizada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, no período de 4 a 6 de junho, em Brasília, no Distrito Federal. O objetivo é promover a participação cidadã e debater temas relacionados a políticas públicas voltadas para o segmento científico e tecnológico. 

Nesta edição, a conferência regional é organizada pelo governo do Paraná, por meio da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), em parceria com as pastas da CT&I dos governos estaduais do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.